quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Não sou explorador

Não sou explorador nem navegador,

Nem tão pouco sou arqueólogo.

Sou apenas um transeunte humano,

Uma criatura que escava com as mãos

O seu imprevisível destino.

Quantas vezes digo a mim mesmo

Que tudo não passa de consequência do que fazemos no passado.

Já lá vão os tempos de tanta certeza.

Agora sei lá eu o que é o destino:

Se a casualidade dos erros que cometemos,

Se uma partida das entidades superiores,

Se algo que foi o universo a decidir na sua maturidade,

Se uma mera selvajaria incerta.

Quantas vezes me procuro só para não me encontrar.

Sou egoísta ao ponto de sempre achar que estou sozinho.

Mas sei que não estou. Sei que tenho amigos!

Estou ébrio de sofrimento e não me consigo curar.

Procurei-te, achei-te, dei-me a ti, fui ao teu encontro

E não te consegui trazer nem como espólio.

Já não sei até que ponto preciso de crescer mais.

Estou cansado de ser pequeno, de ser adulto, de Ser…

“Penso, logo existo”. Quero deixar de pensar, deixar de existir.

Mas simultaneamente, não quero partir, porque sei que tenho quem

Me apoie incondicionalmente. Estou perdido em mim e preciso de caminho.

Já não sei o que fazer.

Vou gritando silenciosamente, saltando sobre as ervas do chão,

Perdendo horas e horas, perdendo até a confiança no meu coração…

Ricardo Alves



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