sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

O Amor é Crime

Estava eu tão descansado,
De mãos dadas com o pecado,
O pecado de existir.

Quando vi passar na rua
Uma imagem à luz da Lua
Que fez meu coração sorrir.

Era mesmo a tua imagem,
Jurava que era miragem,
Não fosses mesmo tu.

Aproximei-me para te cumprimentar
Mas o que eu queria era encostar
O teu corpo no meu, beijar
Os teus lábios e sussurrar
“Meu Amor, como te Amo!”

Não passámos do leve beijo
Na face, mas não passou o desejo
De te querer, de te Amar.

Descobri que o Amor é Crime
E é tão grande o ciúme
Que tenho do batom que usas.

Meu Amor, como é grande o meu ciúme
Mas é Crime, Amor, é Crime,
O Amor que tanto recusas.

11/01/2011 Ricardo Alves


quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Redundância

Se sou redundante?
Sou, sim Senhor!

Redundante no Amor,
No desejo, na queda, na dor,
Na esperança, no dissabor
De cada dia sem cor,
Redundante neste meu pudor
De quem vive errante por
Só conhecer da vida o ardor.
Não tenho troféus para pôr
No armário para poder expôr
Quaisquer vitórias. Não há esplendor
Nesta vida de puro temor
Abalada pelo violento tremor
Da derrota. Ah! Pudera eu ser um açor,
Voar alto, atravessar o fedor
Da liberdade conspirada no rumor
De quem Ama seja lá o que for.
Sou, da minha errância, o conspirador.
Mas desejo achar algo consolador,
Agradável, amável, inspirador,
Sugar os males da vida com o aspirador
Da felicidade. Pôr um fim no meu terror…

Se sou redundante?
Sou, sim Senhor!

06/01/2011 Ricardo Alves