domingo, 22 de janeiro de 2012

Indesejada

Olho os teus olhos
E vejo incerteza,
Amor esbanjado
E tanta tristeza.
Vejo o Rossio todo encharcado
Das águas do teu amor mal amado.

Leio teus lábios
E vejo o amor
Que ele não quer
E te trará a dor;
Vejo a Alameda toda incerta
Com os pedaços da tua alma descoberta.

Sinto teus cabelos
Todos marcados
De todo o mal
E de todos os estragos;
Vejo na alma tudo menos paz
Cheia de mágoa sempre voraz.

Veja tua fortuna
Tão má agora.
Talvez seja tarde,
Talvez seja a hora!
De o deixares antes que fiques
Cheia de prantes, cheia de picos.


12/11/09 Ricardo Alves



segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Inspiração

Em noite cerrada e obscura
Na qual toda a gente dorme,
Minha alma ainda procura
Tua imagem, teu nome.

Se ao menos o encontrasse
Para puder dizer-te
Quando a dor findasse
Que simplesmente te amo.

E te amo porquê?
Desde quando é preciso
Ter motivo? Para amar
Alma mais bela,
Basta ter siso.

Mas eu prometo:
Quando te encontrar,
Mesmo que seja a última
Acção da minha sina
Vou agarrar-te com força
Puxar teu corpo contra o meu
E no meu último fôlego,
Eu vou beijar-te, dizendo adeus.



Ricardo Alves, 23.35 de 05/10/09

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Um saudoso mas feliz Parabéns

Parabéns, querida amiga
- E amiga nunca deixarás de ser
Por muito que a vida nos dê -
Espero que tenhas um óptimo dia
Na companhia de quem gostas e prezas.

Aproveita bem o tempo, rapariga,
E nunca deixes de viver
Para que sejas sempre o que se vê,
Esse mar de alegria,
Onde esses olhos são belas represas

De luz e de esperança.
É mais um ano,
Tornas-te cada vez menos criança,
E o mundo torna-se ainda mais humano.

Há muito tempo atrás tive a tua idade
E tal como tu, era jovem.
Agora as horas fogem
E é mais triste e menos colorida a realidade.

Mas o tempo ensinar-te-à, como
Fez comigo, sempre mais,
Desde os erros fatais
Até à saudade que hoje tomo

Nas taças de espumante imaginário
Que bebo por não te poder abraçar.
Aprende que o tempo é precário
E nunca deixes de gostar

De quem gosta de ti
- Ainda que à sua maneira, por vezes conturbada -
Porque às vezes é tudo o que tens.
Para terminar, acabar com a maçada,
E porque pelo menos um dia de conheci,
Os meus votos sinceros de Felicidades e Parabéns!


19:46 de 10/01/12 Ricardo Alves

Aos que nunca esqueci...

Hoje trago-vos um poema lindíssimo de Rui Veloso, dedicado a todos aqueles que entraram um dia na minha caminhada e dos quais nunca me esqueci... Mais logo postarei um poema de minha autoria... Um bem haja a todos!

"Bato a porta devagar,
Olho só mais uma vez
Como é tão bonita esta avenida...
É o cais. Flor do cais:
Águas mansas e a nudez
Frágil como as asas de uma vida

É o riso, é a lágrima
A expressão incontrolada
Não podia ser de outra maneira
É a sorte, é a sina
Uma mão cheia de nada
E o mundo à cabeceira

Mas nunca
Me esqueci de ti
Não nunca me esqueci de ti
Eu nunca me esqueci de ti
Não nunca me esqueci de ti

Tudo muda, tudo parte
Tudo tem o seu avesso.
Frágil a memória da paixão...
É a lua. Fim da tarde
É a brisa onde adormeço
Quente como a tua mão

Mas nunca
Me esqueci de ti
Não, nunca me esqueci de ti
Não, nunca me esqueci de ti
Eu nunca me esqueci de ti

Nunca me esqueci de ti
Não não não não não nunca me esqueci de ti

Não não não não não não não não
Nunca me esqueci de ti

Não não
Nunca me esqueci de ti.."


domingo, 1 de janeiro de 2012

O primeiro poema de 2012

Acabou mais um ano e
Está na hora de fazer as contas,
Fazer o balanço do que vivi,
As coisas belas e as coisas tontas.

Encosto-me à almofada
À procura de uma resposta.
Encontro a minha alma exposta,
Pronta a ser dissecada.

Trabalho ganho, trabalho perdido,
Coração dado, coração partido,
Ano lectivo começado e desistido,
Amor avistado, Amor fugido.

Casa mudada,
Obra dedicada,
Dias de nada,
Noites em claro.

Ano passado,
Ano acabado,
Novo começado,
Viver mais caro.

Mas nada disso se muda agora.
O que apenas se pode fazer
É agir sem demora,
Tentar sobreviver,
Começar outra vez
E reflectir. O mal já se fez!


20:13 de 01/01/12 Ricardo Alves

Tristeza dos outros

A tristeza que é dos outros
Atinge-me e aflige-me.
E os momentos de alegria
Que são deveras poucos...aumentam...a dor.

A felicidade que é dos outros
Muitas vezes não me alegra.
E os momentos que atormentam
São mais do que apenas loucos...são de pudor.

Mas, no fundo, não me interessam
A tristeza e a felicidade dos outros
Apenas me importa a tua...
Mas essa, escondes na Lua.

E que hei de eu fazer?
Chorar, rir, tremer?
Só sei que me dói o coração
Por te ter....tão perto e não te ter.

A tristeza que é dos outros
Aproxima-me de mim.
Afasta-me de ti e
Deseja o meu fim.

A felicidade que é dos outros
Desola-me, deixando-me em
Estados de pura melancolia,
Funestas Primaveras também.

Oxalá fosses tu
O meu Verão de São Martinho,
Cheio de Sol e castanhas,
Água quente e ar fresquinho.

E tu és, de facto, esse meu Verão
Apenas há aquela condição...
Não estás a meu lado, não.

Talvez seja tudo
Uma questão que ficar mudo
E esperar que floresçam
Os frutos que eu espero que cresçam.


15/11/09 Ricardo Alves